segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Aula dos dias 17 e 18 de agosto

Em razão da apresentação de Monografias, as aulas das duas turmas da disciplina ocorerrão no dia 17 (sexta), em atividade conjunta com Estética, do Prof. Silnei. Sábado não haverá aula.
Por favor, procurem na pasta "público" do jornalismo o arquivo Design gráfico do monótono ao entrópico.pdf, que será discutido em aula. Preferencialmente leiam com antecedência.
Para a atividade conjunta, levem materiais especiais: revistas velhas, tesoura e cola.
Até lá.

Diagramação - conceitos básicos

A diagramação segue três características básicas:
1. Texto em colunas, o que facilita muito a leitura nos casos de um espaço muito grande;
2. Pesos diferenciados entre títulos, subtítulos e textos;
3. Alinhamentos: centralização, justificação, à direita ou à esquerda.


O que é uma diagramação criativa?

É aquela que quebra os padrões, mínimos que sejam. Um alinhamento diferenciado, uma distribuição assimétrica ou, ainda, uma interação maior entre imagem e texto.

Organização
Pense organizadamente, dê importância às coisas.
1. Qual o objeto principal da peça? A imagem? Mas se eu tiver duas? Qual delas é a mais importante?
2. E o título? Tem que ficar na direita ou na esquerda da peça? Em cima ou embaixo?
3. Qual a melhor posição para o texto?
Assim que essas respostas estiverem claras em sua cabeça, a organização do layout estará praticamente resolvida.

Equilíbrio e Contraste
Não importa qual seja a forma do layout, os objetos que estão dispostos precisam ter um grau de importância, seja ele simétrico ou assimétrico.
1. Alinhe o bloco de texto com algum outro objeto: pode ser a foto, o título ou os dois;
2. Se você for centralizar o bloco do texto, não centralize apenas ele. Algum outro objeto na peça precisa justificar o porquê do texto estar centralizado;
3. Se você tiver mais de uma foto no layout e elas estiverem com o mesmo grau de importância, procure alinhar uma com a outra na horizontal ou vertical. Se possível, nos dois;
4. Não deixe o logotipo perdido na página. Alinhe o logotipo com algum outro objeto. Texto ou foto, tanto faz;
5. Dê importância às coisas. Não é raro se ver layouts onde título, foto e texto têm o mesmo peso visual;
6. Cuidado com as cores. A escolha pode interferir no equilíbrio da peça. Faça com que ela combine com a imagem principal da peça. Se não tiver a cor predominante na imagem, tente usar a cor do cliente ou do produto. Na dúvida, use o branco.

NOÇÕES BÁSICAS DE PLANEJAMENTO VISUAL
O conjunto de técnicas, conhecimentos e procedimentos que buscam maior eficácia na transmissão visual de mensagens verbais ou não-verbais através dos diversos meios de comunicação seguem quatro princípios básicos:
- Proximidade
- Alinhamento
- Repetição
- Contraste

Proximidade
Para onde os olhos se dirigem? Qual é o caminho que eles seguem? Onde termina a leitura? Após a leitura, para onde os olhos vão?
O propósito básico da proximidade é o de organizar – a “leitura da peça” deve partir de um início bem-definido para um final bem-definido.
1. A ocupação ordenada da página permite espaços livres para o texto “respirar”;
2. Itens agrupados e aproximados uns dos outros são vistos como um conjunto coeso e não como um emaranhado de partes sem ligação. O leitor deve ter uma pista visual imediata da organização e do conteúdo do layout;
3. Itens relacionados entre si devem ser agrupados. Quando vários itens estão próximos, torna-se uma unidade visual, e não várias unidades individualizadas. Isso ajuda a organizar as informações e reduz a desordem;
4. A proximidade implica em uma relação, os itens se tornam uma unidade visual e não várias unidades separadas;
5. Expresse as informações graficamente, agrupando-as. O conceito de proximidade não significa que tudo precise estar próximo; significa que os elementos logicamente conectados, com algum tipo de ligação, também devem estar visualmente conectados.

O propósito básico da proximidade é o de organizar.O que evitar:
1. Evite muitos elementos separados em uma página;
2. Não coloque os itens somente nos cantos e no meio da página;
3. Evite deixar quantidades iguais de espaço em branco entre os elementos;
4. Evite criar qualquer dúvida quanto à relação dos elementos entre si
(ou seja, cada subtítulo, legenda, imagem e etc. devem estar junto a seu respectivo par, criando uma relação de proximidade).

Alinhamento
A unidade é um conceito muito importante no design. Para que todos os elementos da página tenham uma estética unificada, conectada e inter-relacionada, é preciso que haja “amarras” visuais entre os elementos separados. Um alinhamento marcante cria uma aparência sofisticada, formal, engraçada ou séria. Esteja consciente do posicionamento dos elementos na página.

1. Nada deve ser colocado arbitrariamente em uma página. Cada item deve ter uma conexão visual com algo na página, não se pode jogar as coisas na página nos lugares onde houver espaço;
2. Quando os itens são alinhados na página, há uma unidade coesa, mais forte. Mesmo que os elementos estejam fisicamente separados uns dos outros, se estiverem alinhados, haverá uma linha invisível conectando-os;
3. Alinhamento centralizado dá uma aparência mais formal, mais comum e sem brilho. O alinhamento centralizado é o mais usado pelos iniciantes: é muito seguro e a sensação de usá-lo é de conforto;
4. Utilize apenas um tipo de alinhamento de texto por página. O texto deve ser todo alinhado à esquerda, ou à direita, ou centralizado ou justificado. Evite trabalhar com vários alinhamentos de texto numa mesma página;
5. Encontre uma linha e guie-se através dela. Pequenos alinhamentos contribuem para que a página fique visualmente organizada. Se você tiver uma foto ou imagem com uma lateral, ou base, bem forte e marcante, utilize-a com a linha guia colocando o texto alinhado por ela.

O propósito básico do alinhamento é o de unificar e organizar a página.
O que evitar:

1. Evite trabalhar com vários alinhamentos de texto numa mesma página;
2. Evite o alinhamento centralizado, a não ser que seu objetivo seja criar uma apresentação formal e pacata.

Repetição
Quando você cria títulos do mesmo tamanho e mesmo peso, quando coloca um fio ao final de cada página, quando usa o mesmo sinal de tópico em cada listagem, esses são exemplos de repetição criando uma consistência. O jornal é o maior exemplo de repetição; se a cada página não houver elementos comuns à página anterior, perde-se a noção de unidade. A repetição é essencial em documentos de várias páginas.
1. A repetição ajuda a organizar as informações. Ela ajuda a guiar o leitor e unificar as partes distintas da diagramação. A repetição dos elementos estabelece uma continuidade sofisticada;
2. Algum aspecto do design deve repetir-se no material inteiro. Pode ser uma fonte em bold, uma linha, um sinal, algum formato específico, relações espaciais, etc. Qualquer item que se reconheça de imediato;
3. Transforme elementos em símbolos gráficos repetitivos. Aproveite os elementos que você já estiver utilizando para fazer com que o projeto fique consistente. Padronize os títulos com tamanho e peso, por exemplo;
4. Se houver um elemento que seja pertinente, trabalhe com ele. Pode ser uma imagem, uma fonte mais desenhada, etc.: acrescente um elemento novo para criar a repetição ou escolha um simples elemento e o utilize de várias maneiras: diferentes tamanhos, cores, ângulos. Às vezes os elementos não precisam ser necessariamente os mesmos, mas que tenham relação entre eles.

O propósito básico da repetição é unificar e acrescentar interesse visual. Não subestime o interesse visual de uma página: se ela for interessante, sua leitura será mais agradável.
O que evitar:
1. Evite repetir o elemento em demasia, para que ele não se torne enfadonho ou excessivo.
2. Esteja consciente da pertinência do elemento gráfico.
3. Não transforme o elemento num item mais importante que o texto.

Contraste
O contraste é uma das maneiras mais eficazes de acrescentar algum atrativo visual a uma página, criando uma hierarquia organizacional entre diferentes elementos. O importante é que, para que o contraste seja realmente eficaz, ele deve ser forte.
1. Se dois itens não forem exatamente os mesmos, diferencie-os completamente. Cria-se o contraste quando dois elementos são diferentes. Se eles diferem um pouco mas não muito, não acontecerá um contraste mas um conflito;
2. Pode-se alcançar o contraste de várias maneiras: uma letra grande pode-se contrastar com uma pequena; uma fonte light com uma bold; um fio fino com um grosso, uma cor fria com uma quente, uma textura lisa com uma áspera, um elemento horizontal com um vertical; linhas espaçadas com linhas juntas, etc;
3. O contraste é um ponto crítico na organização das informações. O leitor sempre deveria ser capaz de, à primeira passada de olhos sobre um material, compreender exatamente o que ele representa;
4. A maneira mais fácil de trabalhar contraste é através de fontes: corpo da letra, peso e etc. Mas também use fios, espaçamento, fundos e etc;
5. Use o contraste para criar um ponto focal. Estabeleça qual deve ser o item principal, destaque-o com alinhamentos marcantes e aplique proximidade.

O propósito básico do contraste é duplo mas seus objetivos são unificados. Da mesma forma que você usa o contraste para criar um interesse sobre a página, dando uma aparência interessante e atraindo mais a leitura do outro você auxilia na organização das informações, possibilitando uma compreensão instantânea e estabelecendo um fluxo lógico de um item para outro.
O que evitar:
1. Não seja tímido.
2. Evite contrastar uma linha um pouco espessa com uma linha um pouco mais espessa.
3. Evite contrastar um texto marrom com títulos pretos.

Os quatro princípios básicos: Proximidade, Alinhamento, Repetição e Contraste trabalham juntos para criar um efeito total. É raro aplicar-se apenas um dos princípios na elaboração de um documento.

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Design Editorial

O texto abaixo foi retirado do site http://www.designgrafico.art.br e é de autoria de Cláudio Prudente. É estimulante para o debate.

Interessante e cativante este assunto. Eu trabalho dentro desta indústria, e é claro que faz parte da minha rotina o exercício constante de ler, discutir, acompanhar temores, soluções e adaptações deste ramo. Mas não sou bobo de arriscar aqui um palpite. Há muitas surpresas, alguns já caíram do cavalo exercitando futurologia nesta área.
Um deles foi Roger Fidler, um respeitável jornalista, designer, professor, executivo por 21 anos da Knight-Ridder, um dos grupos que controlam a comunicação nos EUA. Em 1981 ele comandou um time, dentro da empresa, responsável por criar um substituto ao jornal em papel. Seria um periférico chamado Tablet, leve, barato, com um monitor flat, alimentado com cartões flash vendidos no mercado com a atualização das notícias. Nada muito diferente de um atual notebook ou Palm. O que deu errado? Simplesmente eles não previram o que aconteceria com a internet. O sonho dos donos da empresa era o de ter um produto proprietário, todos pagariam royalties pela invenção. Mas, alguém percebeu a tempo que a banda não ia tocar música só para eles.
Mas não quero fugir da reflexão, e menos ainda de dar alguns palpites. Primeiro: claro, esta indústria ficou velha. Alvin Toffler, notório futurólogo, dizia que a indústria de jornais seria o último negócio com chaminé. Se você entender como ele é feito hoje, percebe isso com mais clareza. O jornal é digital até a gráfica, onde é impresso em um ritmo alucinante, em rotativas automatizadas e robotizadas. As pilhas de jornais saem de esteiras e entram em gôndolas que alimentam caminhões. Daí, até chegar na casa de um leitor, o processo é analógico, no braço, antigo, exige um esforço enorme. Em árvores, combustível e dinheiro.
Mas temos que dar um crédito à resistência desta indústria. Na verdade, olhando a história, ela ainda é jovem. Os jornais, ao menos do jeito que hoje os conhecemos, nasceram com a Linotipo, no final do século XIX. Desde então, em pouco mais de um século, cantaram sua morte em mais de uma ocasião. Quando inventaram o rádio, futurólogos garantiram que a nova mídia, ao permitir divulgar notícias de forma instantânea, grátis, bastava investir em um aparelho, acabaria com os jornais. Inclusive, por garantir a rápida inclusão de amplas camadas populares, que não dominavam o código dos letrados.
Mas não aconteceu. Os jornais cresceram, mais ainda se modernizaram depois do rádio. E o mesmo discurso foi dito com a TV, mas este demorou um tanto para surgir. O jornalismo da TV, em seus primórdios, era uma mera cópia do rádio, apenas com a imagem quase estática de um locutor. Ela parecia destinada às variedades, não ao jornalismo. Mas na década de 70 as coisas começaram a mudar. Câmeras portáteis, agilidade nas coberturas ao vivo, uma nova linguagem passou a dominar o jornalismo e o público gostou, dando audiências inimagináveis antes. Os jornais se preocuparam. E futurólogos voltaram a fazer suas previsões. De imediato, todo o design dos jornais nos anos 80 teve uma enorme influência da linguagem jornalística da TV. Textos curtos (justificavam dizendo que os leitores não tinham mais tempo de ler), muita cor, gráficos. Um exemplo disso: o USA Today, jornal americano criado nesta época. Ele parecia ser a versão impressa da TV.
Venceram a guerra? Não existiu a batalha, de fato. MacLuhan já havia dado as pistas nos anos 70. TV é um meio quente, te domina, você chora com o drama, se envolve, mas ela não consegue aprofundar a informação com a mesma facilidade que um jornal, com seus boxes explicativos, infográficos, seu volume de texto. Esta cópia deixou de ser um mito, mas levou mais de uma década para a ficha cair na cabeça de empresários e de futurólogos. Para alguns poucos, ainda nem caiu.
Hoje, voltaram os temores de perda de mercado com a internet. Faz sentido. Ela vem alterando radicalmente o modelo de vários negócios. Se o rádio tinha som, onde o jornal não podia concorrer, a TV tinha ainda o movimento, a internet, além disso tudo, traz basicamente o mesmo conceito de página. Ela é muito tipografia, texto, colunas, títulos, pontos de entrada, fluxo de leitura em hierarquia no material, tal como revista, jornal. Mário Garcia, um dos mais conhecidos desenhadores de jornais em todo o mundo, discorda, diz que a internet é mais a linguagem do livro. É uma boa e longa polêmica.
Mas ainda vivemos promessas. Embora de respeito. Hoje mesmo no caderno de Informática do Globo há uma excelente matéria que comenta a pesquisa do papel inteligente. Tudo está muito adiantado. Na verdade um chinês (sempre eles), Chien Tang, da Kodak, usou o conceito da eletrofosforecência de compostos orgânicos, para dar origem à fabricação das telas de LEDs orgânicos. Somando o atual estágio de redes WiFi, os RFID (Radio Frequency IDentification) e a recente solução da NEC para baterias, a ORB, de Organic Radical Battery, uma manta de menos de um terço de milímetro de espessura, flexível, dobrável, não inflamável, não explosiva, isenta de compostos tóxicos como metais pesados (níquel, mercúrio, chumbo ou cádmio) e biodegradável por se tratar de um polímero orgânico, temos chances de resolver algo que sempre me pareceu a maior perda com o fim dos jornais (e revistas, se quiserem apostar): a portabilidade. Não há nada de mais confortável que ler em uma rede, ou numa boa poltrona, ou mesmo na cama. Até aqui não imaginava uma traquitana eletrofosforecente me acompanhando neste momento de raro prazer. Mas estou aberto para novos paradigmas.
Sem dúvida é um mundo novo, né? Uma boa aposta, e do bem, eu diria. Precisamos de um planeta mais limpo. Mas por hora, não é um mundo sem designers de notícias, gente que pensa em como melhor trabalhar uma interface para que o que lá esteja dito, melhor dito, visto, pensado. Esta página tanto convive hoje na web como no igual retângulo de papel. E hoje, até muito ao contrário, a volta dos temores de mudanças nos negócios nos jornais, principalmente, favoreceu neste ano a alta no conhecimento do design editorial. Foram muitos os jornais pelo mundo que redesenharam suas páginas, de olho em leitores perdidos para a internet, para novos hábitos. A lista é grande, vamos lembrar do The Guardian, do Le Monde, do Le Figaro, jornais de peso, entre muitos outros. Mudanças em formatos, em conceitos de design.
Designers editoriais vivem um bom momento. Portanto as apostas são grátis. Minhas fichas dizem que muita coisa vai mudar, sem dúvida: já vejo movimentos. Mas seja lá como for, pode até ser um mundo sem papel, mas não será um mundo sem designers.
Abraços,

Cláudio Prudente

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

TÉCNICAS VISUAIS: ESTRATÉGIAS DE COMUNICAÇÃO

O conteúdo e a forma são os componentes básicos, irredutíveis de todos os meios. O conteúdo é fundamentalmente o que está sendo direta e indiretamente expresso; é o caráter da informação, a mensagem.
Na comunicação visual, porém, o conteúdo nunca está dissociado da forma. Uma mensagem é composta tendo em vista um objetivo: contar, expressar, explicar, dirigir, inspirar, afetar. Para se atingir esse objetivo, fazemos escolhas de formatos das mensagens através das quais se pretende reforçar e intensificar as intenções expressivas, para que se possa deter o controle máximo das respostas. A composição é o meio interpretativo de controlar a reinterpretação de uma mensagem visual por parte de quem a recebe. O significado se encontra tanto no olho do observador quanto no talento do criador.

A mensagem e o método
A mensagem e o método de expressá-la dependem grandemente da compreensão e da capacidade de usar técnicas visuais, instrumentos da composição visual. Dominadas pelo contraste, as técnicas de expressão visual são os meios essenciais de que se dispõe para testar as opções disponíveis para a expressão de uma idéia em termos compositivos. Trata-se de um processo de experimentação e opção seletiva que tem por objetivo encontrar a melhor solução possível para expressar o conteúdo. A percepção, a capacidade de organizar a informação visual que se percebe, depende de processos naturais, das necessidades e propensões do sistema nervoso humano. O input visual é fortemente afetado pelo tipo de necessidade que motiva a investigação visual, e também pelo estado mental ou humor do sujeito. Vemos aquilo que precisamos ver.
Pensar, observar, entender, e tantas outras qualidades da inteligência estão associadas à compreensão visual. Mas o pensamento visual não é um sistema retardado; a informação é transmitida diretamente. A força a maior da linguagem visual está em seu caráter imediato, em sua evidência espontânea. Em termos visuais, nossa percepção do conteúdo e da forma é simultânea. É preciso lidar com ambos como uma força única que transmite informação da mesma maneira. Quando adequadamente desenvolvida e composta, uma mensagem visual visual vai diretamente a nosso cérebro, para ser compreendida sem decodificação, tradução ou atraso conscientes. O que você vê, você vê!

Inteligência Visual Aplicada
Qualquer aventura visual, por mais simples, básica ou despretensiosa, implica a criação de algo que ali não estava antes, e em tornar palpável o que ainda não existe. O planejamento cuidadoso, a indagação intelectual e o conhecimento técnico são necessários no design e no pré-planejamento visual. Através se suas estratégias compositivas, deve-se procurar soluções para os problemas de beleza e funcionalidade, de equilíbrio e do reforço mútuo entre forma e conteúdo. O significado visual, tal como é transmitido pela composição, pela manipulação dos elementos e pelas técnicas visuais, implica uma enorme somatória de fatores e forças específicas. A técnica fundamental é, sem dúvida, o contraste: é a força que torna as estratégias compositivas mais visíveis.
O significado, porém, emerge das ações psicofisiológicas dos estímulos exteriores sobre o organismo humano: a tendência a organizar todas as pistas visuais em formas o mais simples possível; a associação automática das pistas visuais que possuem semelhanças identificáveis; a incontornável necessidade de equilíbrio; a associação compulsiva de unidades visuais nascidas da proximidade; e o favorecimento, em qualquer campo visual, da esquerda sobre a direita; e do ângulo inferior sobre o superior. Todos esses fatores regem a percepção visual, e o reconhecimento de como operam pode fortalecer ou negar o uso da técnica. Em sua manifestação visual, a forma compõe-se dos elementos, do caráter e da disposição dos mesmos, e da energia que provocam no observador. A escolha de quais elementos básicos serão utilizados num determinado design, e de que modo isso será feito, tem a ver tanto com a forma quanto com a direção da energia liberada pela forma que resulta no conteúdo. O objetivo analisado e declarado do compositor visual, seja informativo seja funcional, ou aind ambos os tipos, serve de critério para orientar a busca da forma que será assumida por uma manifestação visual.

TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO VISUAL
As técnicas visuais oferecem ao designer uma grande variedade de meios para a expressão visual do conteúdo. Existem como polaridades de um continuum, ou como abordagens desiguais e antagônicas do significado.
As técnicas visuais não devem ser pensadas em termos de opções mutuamente excludentes para a construção ou análise de tudo aquilo que vemos. As técnicas visuais são combináveis e interatuantes em sua utilização compositiva.
Seria impossível enumerar todas as técnicas disponíveis, ou, se o fizéssemos, dar-lhes definições consistentes. Aqui, como acontece a cada passo da estrutura dos meios de comunicação visual, a interpretação pessoal constitui um importante fator. Porém, mesmo com essas limitações, cada técnica e seu oposto podem ser definidos em termos de uma polaridade.

Técnicas antagônicas:

EQUILIBRIO - INSTABILIDADE
SIMETRIA- ASSIMETRIA
REGULARIDADE - IRREGULARIDADE
SIMPLICIDADE - COMPLEXIDADE
UNIDADE - FRAGMENTAÇÃO
ECONOMIA - PROFUSÃO
MINIMIZAÇÃO - EXAGERO
PREVISIBILIDADE - ESPONTANEIDADE
ATIVIDADE - ESTASE
SUTILEZA - OUSADIA
NEUTRALIDADE - ÊNFASE
TRANSPARÊNCIA - OPACIDADE
ESTABILIDADE - VARIAÇÃO
EXATIDÃO - DISTORÇÃO
PLANURA - PROFUNDIDADE
SINGULARIDADE - JUSTAPOSIÇÃO
SEQUENCIALIDADE - ACASO
AGUDEZA - DIFUSÃO
REPETIÇÃO - EPISOCIDADE


EQUILÍBRIO – INSTABILIDADE
Depois do contraste, o equilíbrio é o elemento mais importante das técnicas visuais.Sua importância fundamental baseia-se no funcionamento da percepção humana e na enorme necessidade de sua presença, tanto no design quanto na reação diante de uma manifestação visual. Num continuum polar, seu oposto é a instabilidade. O equilíbrio é uma estratégia de design em que existe um centro de suspensão a meio caminho entre dois pesos. A instabilidade é a ausência de equilíbrio e uma formulação visual extremamente inquieta e provocadora.